Redação (09/05/2010, Virgo Flos Carmeli) Muitas vezes ouvimos dizer que alguma verdade sustentada pela Igreja não pode ter credito, por não ser “científica”… “dogma” largamente difundido, sobretudo com o avanço positivista a partir do século XIX. Porém, a Igreja nunca deixou de afirmar sua doutrina “dotada de potência”. Entretanto, nesta última segunda-feira, o jornal ABC de Madri publicou uma notícia que vai de encontro a um “dogma científico”.
O investigador Paul Bloom e sua equipe de psicólogos do Infant Cognition Center da Universidade de Yale (Connecticut – E.U.A.) descobriram – por meio de experiências que verificam a capacidade de diferenciar entre o comportamento útil e o inútil como indicador do juízo moral – que as crianças de apenas seis meses são capazes de fazer juízos morais, afirmando assim que nós nascemos com um código ético “formatado” no cérebro. Mudando a linguagem científica e usando termos teológicos, é o mesmo que afirmar com a Igreja que o homem possui o decálogo impresso na alma por Deus, ou seja, aquilo que se apelida por Lei Natural.
O primeiro teste feito com bebês de seis a dez meses é bem simples. É-lhes representada uma cena com formas geográficas. Uma bola vermelha tenta subir uma colina, e é auxiliada de vez em quando por um triângulo amarelo que a empurra. Outras vezes um quadrado azul obstrui o caminho, atrapalhando assim a ascensão da bola vermelha. Depois de mostrada a encenação, pedia-se que os bebês escolhessem uma das figuras. E o resultado foi espantoso: 80% das crianças escolheram a figura útil.
No segundo teste foi apresentada para as crianças a seguinte cena: um cachorro tenta abrir uma caixa, e um urso de pelúcia procura ajudá-lo, porém outro urso senta-se em cima da caixa para atrapalhar a operação do cachorro. Depois de mostrar a cena, várias vezes, para os bebês, faz-se com que eles escolham um dos ursos: a maioria das crianças preferiu o urso colaborador.
A última experiência é ainda mais impressionante. É apresentada às crianças uma cena com marionetes: um gato brinca com uma bola na companhia de dois coelhos. Quando o gato perde a bola, um dos coelhos recupera-a e devolve para o gato. Em outro momento o gato perde novamente a bola e outro coelho a pega, porém, foge com ela, roubando-a do gato.
Após verem a cena, é pedido que os bebês escolham um dos dois coelhos. Neste caso as crianças de apenas cinco meses escolheram o coelho honesto, e as de vinte e um meses foram mais intransigentes… chegaram a bater com a mão na cabeça do coelho ladrão.
Vemos, portanto, como cientificamente é provada a existência da Lei Natural e dos primeiros princípios impressos na alma humana, diferente do que apregoou o psicólogo Sigmund Freud e seu discípulo Jean Piaget, que afirmavam ser o homem um “animal moral” que vem à vida como se fosse um tecido ou papel em branco, e que tem sua consciência formada apenas pelo ambiente que o rodeia. Segundo eles, a criança não sabe o que é certo ou errado, e seu julgamento estará condicionado à sua educação.
O que diria Freud se houvesse tido conhecimento das experiências de Paul Bloom? Será que os dados adquiridos não são positivos, ou científicos?…
Millon Barros de Almeida (3º ano de Teologia)