Redação (18/09/2010, Virgo Flos Carmeli) Áquila é uma cidade encantadora, emoldurada pelos elegantes Montes Apeninos em Abruzzo, Itália. Além do belo panorama montanhoso, inúmeras obras da arte se concentram nos palácios e Igrejas esparsos pela cidade.
Contudo, em abril de 2009, às 3:32 da madrugada, após alguns segundos sob um terremoto de 6.3 graus na escala Richter, a cidade amanheceu em ruínas. Nos dias subsequentes, outros abalos sísmicos danificaram ainda mais os fundamentos dos edifícios. Resultado: 65.000 desabrigados, 1500 feridos e 308 mortos.
A Igreja local, além de levar o suave lenitivo da caridade cristã, no âmbito da dor e do sofrimento humano, teve de preocupar-se também com as cerca de 423 Igrejas danificadas ou mesmo destruídas.
Foi neste difícil contexto que Dom Giovanni D’Ercole, F.D.P, filho de São Luís Orione, recebeu a nomeação de Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de Áquila, que conta atualmente com cerca de 108.300 habitantes: 97,9% de batizados, 121 sacerdotes seculares, 34 regulares e mais de 400 igrejas para reconstruir e, sobretudo, milhares de almas para confortar. O Vaticano, com sua longa experiência pastoral, soube quem escolher para ser cabeça desta Igreja sofredora.
De visita ao Brasil, Dom Giovanni hospedou-se na Casa Mãe dos Arautos do Evangelho, no bairro do Jardim São Bento, zona norte de São Paulo. Sua amizade com esta Associação vem desde a década de 90, tornando-se “assistente espiritual” e exercendo um papel relevante em seu pedido de reconhecimento à Santa Sé como Associação Internacional Privada de Fiéis de Direito Pontifício.
Ao celebrar a Missa vespertina no Seminário Maior de Virgo Flos Carmeli, no dia 1 de setembro, recordou durante a homilia os desafios para a Igreja local de Áquila. Refletindo na situação temporal e espiritual de hoje, ressaltou a necessidade de “coragem e vontade” para anunciar no mundo a boa-nova do Evangelho. “O mundo necessita de alegria, o mundo tem sede de Deus. Os Arautos têm uma grande responsabilidade no momento atual da Igreja, onde se deve, pelo exemplo, e pela manifestação do belo, trazer ao mundo a imagem da bondade de Deus”.
Animando os participantes da Eucaristia a um compromisso mais efetivo com a difusão do Evangelho observava: “Conheço os Arautos desde 1998, são um grande dom para a Igreja e para o mundo. Daí decorre a grande responsabilidade para cada um. Deus é a causa eficaz do apostolado, mas usa de nossa disponibilidade, pois, por mais que sejamos fracos, é na debilidade que Deus mostra a sua força. São Paulo na Carta aos Coríntios, nos chama a reconhecer que Deus faz todas as obras de apostolado e cabe a nós, com humildade e caridade, reconhecer a ação de Deus”.
Estimulou, em seguida, a perseverança da adoração perpétua ao Santíssimo e convidou os Arautos de todas as ordens, primeira, segunda e terceira, para uma corrente de oração pelo Papa e pela Igreja.
No final da cerimônia, o Revmo. Pe. Eduardo Caballero, EP, agradeceu as palavras do bispo visitante, ressaltando o papel que tivera na Aprovação Pontifícia dos Arautos em 2001: “É Deus quem semeia, rega e colhe, mas está na natureza das coisas, que alguém como instrumento de Deus, plante, regue e colha. Obrigado Dom Giovanni, Sua Excelência foi um dos que plantaram e regaram esta árvore que são os Arautos do Evangelho”.
Dom Giovanni foi ordenado sacerdote em 1974 e pertence aos Orionitas, (Pequena Obra da Divina Providência). É doutor em teologia moral pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Até 1984 foi missionário na Costa do Marfim, e de 1985 a 1987, Provincial. Em 1987 foi chamado a ser Vice-diretor da Sala Stampa da Santa Sé. Trabalhou durante 19 anos na Secretaria de Estado do Vaticano (1990-2009). Em novembro de 2009 foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Áquila. Domina diversas línguas, entre elas: inglês, francês, espanhol, português, russo e coreano.
Caio Pereira da Silva – 3º ano Teologia