Redação (28/01/2012, Virgo Flos Carmeli) João Bosco era filho de Francisco Bosco e de Margarida Occhiena, simples aldeões de Murialdo, lugar situado na província de Turim, onde o anjo da família salesiana nasceu a 15 de agosto de 1815.
Aos dois anos, morreu-lhe o pai e, Margarida encarregou-se da educação do filho, inspirando-lhe a sobriedade, o amor ao trabalho e o gosto da oração. Ansioso de instrução, senhor de ótima memória e de grande espírito de observação, ajudado pelo cura da paróquia Padre Calosso, que lhe administrou algumas lições de gramática, foi João crescendo em ciência a pouco e pouco.
Eis que chegou ao jovem o momento de escolher a carreira que devia seguir. Como não podia deixar de ser, João Bosco não titubeou em abraçar o sacerdócio. Inicialmente, propenso a se unir aos franciscanos, desistiu do intento, a conselho do confessor, Padre Cafasso, diretor do instituto de São Francisco.
Em 30 de Outubro de 1835, no dia 5 de Junho, principiou obra de apostolado. Visitava os pobres, buscando-os pelas ruas, os doentes nos hospitais, os presos nos cárceres. E, achando que tal ministério lhe daria maiores frutos se entrasse no instituto do Padre Cafasso, assim fez.
São João Bosco ia iniciar brevemente o seu Oratório Salesiano. Um dia, o sacristão de São Francisco expulsava da igreja, brutalmente um menino desconhecido. João, o futuro pai de incontáveis órfãos, compadecido, tomou-lhe a defesa. E o pequeno, chamava-se Garelli, desde aquele dia, 8 de Dezembro de 1841, deu de ir ao Padre João Bosco para dele receber lições de catecismo.
Não demorou muito, vários amiguinhos passaram a acompanhar o pequeno Garelli. E, em Fevereiro, vinte deles enchiam, a sacristia de São Francisco.
Nomeado diretor do instituto de Santa Filomena, era então em 12844, São João e o abade Borel ocuparam-se de um asilo que a marquesa Barolo havia fundado. Ali, trezentas crianças viviam apertadamente. Deixando o orfanato, pouco depois, João Bosco, que estivera bem doente e fora curado por um milagre, desde então, passou a se consagrar exclusivamente à obra bem amada, sem mais recursos que a fé que em Deus depositava. Que devotamento! Quanta luta! Quão grande a falta de dinheiro! Que heroísmo, que persistência e que confiança na Mãe de Deus!
Graças à generosidade de pessoas caridosas, em 19 de Fevereiro de 1851, uma casa fora adquirida e uma igreja construída. E o número de crianças crescia.
Tratando-se de crianças, São João Bosco estava sempre atento, dia e noite, procurando preservá-las do mal, dos sofrimentos, levando-as ao bom caminho. Com sua paternal bondade, com uma doçura que lhe fora sempre característica, João Bosco cuidava de tudo; desde a saúde do corpo até o desenvolvimento das infantis inteligências, trabalhando febrilmente, com os olhos voltados para Maria Auxiliadora, para o aperfeiçoamento das almas daqueles que desejava sempre inocentes. E os pequenos, confessando com freqüência, e com freqüência comungando, assistiam à santa missa todos os dias.
Em 1856, o grande e santo homem perdeu a mãe, mulher piedosa, desprendida e toda devotamento, a colaboradora de todas as horas. E o bom filho, ele mesmo administrou-lhe os últimos sacramentos. Que pensamentos relampagueariam no cérebro de uma santa mãe moribunda naquele extremo, vislumbrando o filho amado a cumprir tão santos deveres?
Em 1857, reuniu São João Bosco numa comunidade religiosa padres e clérigos formados por seus desvelos e lhes deu uma regra.
Estava fundada a Sociedade Salesiana, que o Papa Pio IX aprovou em 1874.
São João Bosco, com a obra das vocações sacerdotais, deu à igreja mais de dez mil padres, e por todo o mundo espalharam-se os seus oratórios: no Tirol, na Sicília, na França, na América. Em Paris, era queridíssimo, e o povo, quando lá esteve, recebeu-o festiva, reverentemente.
Em 1887 sentiu que chegara ao fim da vida. Era dezembro, e pô-se a redigir uma circular sobre as obras salesianas. E a 31 de Janeiro, rodeado da família religiosa, o venerável Padre, o pai de uma infinidade de orfãozinhos, consolado pelos sacramentos da igreja, docemente, entregava a alma a grande alma, a Deus.
Turim, propiciou-lhe funerais magníficos. E a multidão, sem cessar, repetia, contrita e convencidamente:
– Dom Bosco é santo! Dom Bosco é santo!
Ainda em vida, denominaram-no o São Vicente de Paulo da Itália, e o povo a ele atribuía um sem número de milagres. Com efeito São João Bosco soube realizar milagres no exercício da caridade. A obra mesma do santo homem foi verdadeiramente miraculosa, e do disciplinador da infância desprotegida, dia Pio IX a um doente ansioso por se ver curado:
– Se desejas um milagre, dirigi-te a Dom Bosco, padre de Turim. O que ele faz é um verdadeiro milagre, e não admirarei nem um pouco se operar outros mais.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume II, p. 311 à 314)