Redação (12/10/2010, Virgo Flos Carmeli) Para grande número de jovens estudantes americanos prestes a ingressar nas universidades, Beethoven (1770 – 1827) não é o famoso compositor alemão, mas sim o nome de um cão; e Michelangelo (1475 – 1564) não é sobretudo o grande escultor, poeta e arquiteto italiano, mas apenas um vírus que infecta os computadores.
A informação é da Mindset List (Lista dos “modos de pensar”), divulgada em 17 de agosto pelo Beloit College, de Wisconsin (EUA). A Mindset List é elaborada anualmente, desde 1998, com base num questionário composto de 75 perguntas de cultura geral, distribuído aos jovens pré universitários.
Eis algumas das outras opiniões manifestadas pelos estudantes neste ano de 2010: nunca existiu um país chamado Checoslováquia; as empresas norte-americanas sempre fizeram negócios no Vietnam; Estados Unidos, Canadá y México sempre estiveram unidos por um Tratado de Livre Comércio.
Para esses jovens, que sempre tiveram à disposição computador em casa, o e-mail é “muito lento”, por isso preferem teclar mensagens no aparelho celular. Ademais, poucos sabem escrever em letra cursiva.
Causa espanto que nos Estados Unidos — país mais rico do mundo, pioneiro da tecnologia e do progresso científico — os jovens prestes a começar um curso superior sejam tão mal dotados em matéria de cultura…
Esta realidade suscita várias perguntas. O avanço tecnológico significa sempre progresso intelectual e moral? Passar horas a fio vendo televisão ou navegando na internet proporciona à juventude verdadeira cultura? Para onde caminha nossa humanidade hipertecnologizada?
Não é sem razão que muitos sociólogos se preocupam com a “gigantesca crise cultural”[1] da sociedade hodierna.
Felipe Rodrigues – 3º Ano Teologia
[1] CARRIQUIRY LECOUR, Guzmán M. Uma aposta pela América Latina. São Paulo: Paulus, 2002. p. 230. Cf. ARBOLEDA MORA, Carlos Ángel. Profundidad y Cultura. Del concepto de Dios a la experiencia de Dios. Medellín: Universidad Pontificia Bolivariana, 2007. p. 44; TILLICH, Paul. Systematic theology I. Chicago The University of Chicago Press, 1951. p. 83.