Comentário ao Evangelho do 25o Domingo do Tempo Comum

Redação (21/09/2013, Virgo Flos Carmeli)

A prudência da carne e a prudência santa

O administrador infiel usa de prudência para garantir sua própria subsistência. Essa mesma sagacidade e diligência deveriam ter os filhos da luz para alcançar a santidade.

I – O homem ante a pobreza

Havia um certo país onde, segundo narra São João Damasceno, os cidadãos anualmente elegiam um novo rei a fim de evitarem os riscos de uma possível tirania. Conhecedores da sede de mando existente em todo homem, não permitiam a estabilidade perene do monarca: no final do ano, ele era destronado e deportado para uma ilha deserta na qual, depois de algum tempo, falecia por falta de recursos e de alimentos. Foi esse o destino de vários reis até que um, durante o exíguo reinado de 360 dias, transportou para a tal ilha tudo quanto pôde em matéria de subsistência para o resto de sua vida.

Soube ele contornar o mais temido dos males, ou seja, a pobreza. E, em parte, compreende-se esse temor em função de alguns instintos de nossa natureza, como, por exemplo, o de conservação e o de sociabilidade. A perspectiva da carência do essencial para nossa vida nos deixa aturdidos. A miséria extrema, sem uma intervenção de Deus, destrói no homem as últimas energias, aferra sua atenção à matéria e o incapacita de elevar as vistas para as considerações espirituais. Tal era, de acordo com a narração de São João Damasceno, a situação dos reis exilados após expirar seu mandato, lutando pela vida numa ilha sem recursos.

Deixemos de lado os casos agudos como o mencionado acima e focalizemos a pobreza comum, aquela consistente em obter estritamente o necessário e, assim mesmo, mediante um árduo esforço. Nessas circunstâncias, embora conhecendo o grande apreço que Deus manifesta pela pobreza, assim como todos os privilégios a ela inerentes — as Escrituras encontram-se pervadidas de menções a esse respeito — as apreensões da criatura humana face às contingências da pobreza, conduzem-na a optar pelas vias da falsa ou verdadeira prudência.

Uma falsa prudência

Esta virtude, quando é falsa, portanto, entendida num sentido pejorativo, busca um fim terra a terra, temporal e passageiro. Ela é fruto de uma filosofia pagã para a qual não existe Deus, nem a alma humana e a remuneração futura. Essa impostação de espírito está bem sintetizada na atitude das virgens loucas (cf. Mt 25, 1-13) e repudiada por Deus em inúmeras passagens do Antigo e do Novo Testamento (cf. Pr 4, 19; 25-26; I Cor 1, 19; Rm 8, 6; I Tm 3, 2s; I Pd 4, 7; etc.).

Não poucas vezes a falsa prudência sabe empregar manhas e artimanhas para obter os bens terrenos, mas não os eternos. Para ela, o fim justifica os meios. Fundamenta-se ela na sabedoria deste mundo e daí surgem equívocos como, por exemplo, o de querer construir edifícios eternos com o que não é senão passageiro. Comenta São Paulo: “Ninguém se engane a si mesmo; se algum dentre vós se tem por sábio segundo este mundo, faça-se insensato para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, pois está escrito: ‘Eu apanharei os sábios na sua própria astúcia’. E outra vez: ‘O Senhor conhece como são vãos os pensamentos dos sábios’” (I Cor 3, 18-20).

A virtude da prudência

Diametralmente oposta se encontra a verdadeira virtude da prudência. A ela só se aferra quem se deixa conduzir pela graça de Deus, ao se ver diante da perspectiva de uma vida feita de pobreza. O quadro abaixo nos esclarece bem o quanto consiste esta virtude na reta escolha dos meios convenientes para obter um determinado fim.

Quem magistralmente soube transpor para a prática essa bela doutrina da prudência foi Santo Inácio de Loiola, o Fundador da Companhia de Jesus, na primeira meditação de seus Exercícios Espirituais: “O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e mediante isso salvar a sua alma”. Saber servir-se das criaturas — inclusive do dinheiro — para alcançar esse fim, é o divino ensinamento ministrado por Jesus na parábola do administrador infiel, mas prudente, da Liturgia de hoje.

II – O administrador infiel

1 Disse também a seus discípulos: “Um homem rico tinha um feitor, que foi acusado diante dele de ter dissipado os seus bens”.

Nas três parábolas anteriores” — comenta o padre Juan de Maldonado — “Cristo ensinara o cuidado que Ele tinha em converter os pecadores e sua benignidade para com os já convertidos; nesta, reportando-se à benignidade de Deus, ensina o empenho e a diligência que devem os pecadores, por sua vez, empregar para converter-se à amizade divina. Por este motivo expôs as três parábolas anteriores aos escribas e fariseus, que Lhe tinham dado a ocasião, e, por outro lado, esta Ele a propõe aos discípulos e a todos os seus ouvintes. É este o sentido da frase: ‘Disse também a seus discípulos’, ou seja, do mesmo modo como antes havia feito aos escribas e fariseus, segundo observa São Jerônimo”.[1]

Apesar deste comentário de Maldonado, devemos observar, para melhor clareza de interpretação, que continuarão presentes os fariseus enquanto ouvintes também nesta quarta parábola, conforme podemos constatar nas palavras de Lucas logo ao término da mesma: “Os fariseus, como eram avarentos, ouviam suas palavras e troçavam d’Ele” (Lc 16, 14). Aliás, essa sequência de parábolas — a da ovelha desgarrada, a da dracma perdida, a do filho pródigo e esta do administrador infiel, mas prudente — se inicia pelo escândalo que significou aos olhos dos fariseus e dos doutores da Lei, o fato de verem “todos os cobradores de impostos e pecadores” se aproximarem de Jesus para serem instruídos: “Este acolhe os pecadores e come com eles” (Lc 15, 1-2). Essa foi a razão pela qual Jesus lhes propôs as três parábolas sobre a misericórdia. Portanto, também nesta quarta estão concernidos os escribas e fariseus. Tanto mais que Ele lhes dirá como uma das conclusões: “Fazei amigos com as riquezas da iniquidade…”.

Somos administradores de bens alheios e transitórios

Pelo que se pode deduzir dos versículos 6 e 7, relativos às dívidas que o feitor tinha obrigação de bem conduzir e cobrar, as propriedades desse tal “homem rico” deveriam consistir em olivais e trigais. Tudo leva a crer — e a maioria dos comentaristas coincide nesta apreciação — que o fato deste último “dissipar os bens” de seu senhor não se devia só ao relaxamento, mas também a abusos para satisfazer seus prazeres pessoais.

Já de início, neste versículo do Evangelho de hoje, cabe uma aplicação moral a cada um de nós: “Uma ideia errônea que domina os homens, aumenta seus pecados e diminui suas boas obras, consiste em crer que tudo quanto temos para as atenções da vida, nós o devemos possuir como senhores e, em consequência, nós o procuramos como o bem principal. Contudo, é exatamente o contrário, pois não fomos colocados nesta vida como senhores em sua própria casa, mas, isto sim, como hóspedes e forasteiros levados aonde não queremos ir e quando não pensamos: quem agora é rico, em breve será mendigo. Assim, sejas quem fores, deves saber que és apenas dispensador de bens alheios, dos quais te foi dado uso transitório e direito muito breve. Longe, pois, de nossa alma o orgulho da dominação, e abracemos a humildade e a modéstia do arrendatário ou caseiro”.[2] Deus, portanto, coloca em minhas mãos os bens do corpo e da alma — os bens materiais e os da graça, vida, talentos, riquezas, etc. — para que eu os administre em função de sua Lei e glória. Que uso faço dos bens recebidos das mãos de Deus?

Súbita prestação de contas

2 “Chamou-o e disse-lhe: ‘Que é isto que eu ouço dizer de ti? Dá conta de tua má administração; não mais poderás ser meu feitor’”.

O senhor da parábola não demonstra ser muito vigilante por seus próprios bens, pois é só depois de receber de outros as informações a respeito da má conduta de seu administrador é que se põe a campo para retomar o controle da situação. O auxílio para ter uma real noção dos negócios e empreendimentos de sua propriedade lhe chega aos ouvidos através de pessoas invejosas e que desejam permanecer no anonimato para não se exporem a represálias ou vinganças.

É compreensível a atitude do senhor de pedir contas, pois nós também, em nosso relacionamento com Deus, “quando, em vez de administrar de modo a agradar-Lhe os bens que nos foram confiados, abusamos deles para satisfazer nossos gostos, convertemo-nos em arrendatários culpáveis”.[3]

Ademais, percebe-se por essa sentença proferida pelo senhor, sua impossibilidade de aplicar um castigo proporcionado. “‘Não mais poderás ser meu administrador’, por ser esta a primeira sanção que recebe quem administra mal os bens de seu amo, e também por não poder nem ser costume um rico castigar de outra maneira, pois o feitor não é um escravo que podia ser açoitado ou morto, mas um homem livre ao qual o senhor não podia dar outro castigo senão o de privar da honra e do cargo. Assim se pode aplicar ao pecador que, por sua má administração, isto é, por sua má observância da Lei de Deus, não é sempre removido de sua função nem excluído da Igreja, não é sempre privado de sua dignidade eclesiástica nem despojado dos bens que administrou mal, mas sempre é castigado”.[4]

“Dá conta de tua má administração…”. Um raio lhe atravessa o caminho. Quiçá, jamais tenha prestado contas durante a vida, e nada levava com ordem. Pela primeira vez, vê-se na contingência de reconhecer a existência de um senhor, ante o qual deve responder por seus atos. Quantos de nós não fazemos os mesmos equivocados cálculos? Só na hora do juízo de Deus, realizamos sermos meros administradores dos bens… Um certo dia, desconhecido por nós, mas não muito longínquo, seremos demitidos de nossa administração dos bens deste mundo. Prestadas as contas, qual será nosso destino eterno?

“A mesma coisa nos diz o Senhor todos os dias, apresentando-nos como exemplo aquele que, gozando de saúde ao meio-dia, morre antes da noite, e aquele que expira em uma festa: assim deixamos a administração de vários modos. Mas o bom administrador, o qual tem confiança, devido à sua boa administração, deseja dissolver-se como São Paulo e estar com Cristo; enquanto quem se apega aos bens da Terra se encontra cheio de angústia na hora derradeira”.[5]

Consciência da culpa

3 “Então o feitor disse consigo: ‘Que farei, visto que o meu senhor me tira a administração? Cavar não posso, de mendigar tenho vergonha’”.

“O feitor nem sequer tenta uma autodefesa. Tem a consciência manchada e sabe perfeitamente que é verdade o que chegou ao conhecimento do senhor”.[6]

Vemos neste versículo o retrato daqueles que viveram negligentemente ao longo de sua existência terrena, tal como afirma São João Crisóstomo. Se esse administrador estivesse habituado ao trabalho, não temeria ser despedido.

E nós? Poderemos trabalhar pela nossa salvação após a morte? Como nos precavermos em face a esse futuro?

Diligência do mau administrador para garantir seu futuro

4 “‘Já sei o que hei de fazer, para que, quando for removido da administração, haja quem me receba em sua casa’”.

Usando de monólogos, também nós, em muitas ocasiões, tomamos nossas decisões como o fez o administrador. Para satisfazer sua preguiça e seu orgulho, evitando o trabalho e a mendicância, ele idealiza um meio eficaz que, em função de seu mau caráter, uma vez mais não levará em conta os interesses de seu senhor, mas sim os de seu egoísmo.

Os comentaristas aproveitam a reação desse mau feitor para mostrar como ele, tendo diante dos olhos um fim muito claro — o de sua própria subsistência —, pôs-se imediatamente a campo e usou dos meios para atingi-lo. Reprovando seu relaxamento moral, fazem eles uma aplicação ao caso específico de nossa salvação eterna. Se tivéssemos robusta convicção a respeito de nossa vida post-mortem, o fim último de nossa existência, seríamos mais diligentes em aplicar os devidos meios para obter a perpétua felicidade.

Sublinham eles de modo especial essa tenacidade do administrador em alcançar seus objetivos e a tomam como exemplo para nós “porque todo aquele que, prevendo seu fim, alivia com boas obras o peso de seus pecados (perdoando a quem lhe deve ou dando boas esmolas aos pobres), e dá liberalmente os bens do senhor, granjeia muitos amigos que hão de prestar bom testemunho dele perante o juiz, não com palavras, mas manifestando suas boas obras, e de preparar-lhe, com seu testemunho, a mansão do consolo. Nada há que seja nosso, pois tudo é do domínio de Deus”.[7]

A pressa para atingir objetivos neste mundo

5 “E chamando a cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem medidas de azeite’. Então disse-lhe: ‘Toma o teu recibo, senta-te e escreve depressa: cinquenta’.

7 Depois disse a outro: ‘Tu quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o feitor: ‘Toma o teu recibo e escreve oitenta’”.

Sobre quais seriam esses devedores e a transposição dessas medições aos usos desta ou daquela atualidade, pululam entre os autores hipóteses e cálculos. Por que se trata de dois devedores, e nem mais nem menos, para significar que devemos granjear muitos amigos, coincidimos com o célebre Maldonado em que, pela necessidade de uma quase esquematização, era mais adequado usar de uma narração breve.[8] Idem no que tange ao azeite e ao trigo. Poderiam também ser outros produtos.

A respeito da diferença nas reduções ilícitas, mais provavelmente se deve ao senso de oportunidade do administrador, o qual oferecia a cada um dos devedores o suficiente para obter análogos resultados.

Chama a atenção a pressa do administrador em atingir suas metas. Infelizmente, assim também somos muitos de nós, ou seja, elaboramos planos e com rapidez os realizamos para os fins a atingir neste mundo, mas tudo se torna difícil, e até insolúvel, quando o objetivo é a nossa santificação. Nosso fim último é o supremo em relação aos outros, mas nem sempre lhe tributamos a importância devida. Quantos de nós não preferimos — bem ao contrário desse administrador — deixar para amanhã a realização de nossos propósitos de santidade? Na juventude, com fervor sonhávamos concretizá-los na maturidade, já tão próxima. Entrando nesta, jamais nos parece ela caminhar a passos velozes para o seu término definitivo…

Vemos por esses versículos o quanto se empenha o tal administrador em deitar o peso de seus esforços para fazer amigos comparsas de suas fraudes, a fim de ser por eles amparado no futuro. Esse deve ser nosso empenho na busca da amizade de Deus, dos justos, dos castos, dos pobres, etc.

Sagacidade dos filhos deste mundo

8 “E o senhor louvou o feitor desonesto, por ter procedido sagazmente. Porque os filhos deste mundo são mais hábeis no trato com os seus semelhantes do que os filhos da luz”.

Surge aqui outro versículo muito discutido entre os autores. O elogio do senhor da parábola não recai sobre os aspectos ilícitos e imorais dos atos praticados por seu administrador, mas tão somente sobre a esperteza deste. “Denominam-se contraditórias estas parábolas para compreendermos que — se pôde ser louvado pelo seu amo o homem que defraudou seus bens — muito mais devem agradar a Deus os que fazem aquelas obras de acordo com seus preceitos”.[9]

Por “filhos deste mundo” devemos entender como sendo aqueles que só se preocupam com os bens temporais. Os “filhos da luz” creem na vida eterna após a morte, na ressurreição final e trabalham por sua salvação. Entretanto, a “prudência” dos primeiros é infatigável, solerte, pertinaz, inteligente, hábil com vistas a obter seus objetivos. Assim devemos ser nós face ao nosso fim último, e nisso consiste o conselho implícito na comparação feita por Jesus. Apenas para ressaltar a clareza de compreensão, é bom frisar que os “filhos da luz” são inferiores muitas vezes em matéria de prudência, mas não em sabedoria.[10]

9 “Portanto, Eu vos digo: Fazei amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando vierdes a precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos”.

Este versículo tem maior razão de continuidade com os quatro outros seguintes (10 a 13) do que propriamente com os comentados até aqui (1 a 8). Possuem eles (9 a 13) um mesmo conceito teológico sobre a riqueza, enquanto a parábola narrada anteriormente recalca mais a importância da sagacidade e da prudência a serem empregadas com vistas à vida eterna. Trata-se, portanto, de duas considerações diferentes que devem ser analisadas segundo as respectivas essências.

Deus é o verdadeiro proprietário de todo o Universo

10 “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. 11 Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiaria as verdadeiras? 12 E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se afeiçoará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

Alguns autores dão a estes quatro versículos o título de “apêndices parabólicos sobre as riquezas”. As três máximas neles contidas são de fácil compreensão e dispensam longas considerações.

É de se notar que Jesus não condena a propriedade, mas a toma como sendo um bem a ser gerido temporariamente com vistas à vida eterna. Não passa o homem de simples administrador. Deus, sim, é o autêntico proprietário. Se essa distinção é ignorada pelo homem, acaba ele por violar a supremacia de Deus enquanto Senhor de todo o Criado, ingressando, assim, na injustiça.

“As riquezas existentes nesta Terra não são de posse absoluta do homem. Ele é administrador desses bens de Deus. Deve, pois, ser-Lhe fiel neles. É a expressão externa de sua fidelidade. Assim receberá os ‘próprios’ que, neste contexto, pela contraposição estabelecida, parecem referir-se a dons espirituais que Deus, em compensação por essa fidelidade requerida para os outros, concede em abundância ao discípulo”.[11]

As expressões: “riquezas verdadeiras” e “o que é vosso” referem-se aos bens sobrenaturais, os dons da graça, os únicos eternos e absolutos.

Quanto ao último versículo, São Mateus o coloca ao longo do Sermão da Montanha e numa formulação quase idêntica: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6, 24). Tanto em Lucas como em Mateus, “põe-se a tese e dá-se a razão de não poder servir a dois senhores: a Deus e às riquezas. Naturalmente, entendido num sentido de apego a elas ou numa aquisição ou uso reprovável delas”.[12]

Nestes versículos finais (9 a 13), o Divino Mestre se manifesta como o Arauto do desprendimento de tudo quanto passa. Não é ilícito guardar os bens num cofre; o que não podemos é entesourá-los em nossos corações.

Extraído de Inédito sobre os Evangelhos Vol. VI. p. 361-374.

Por Mons. João S. Clá Dias


[1] MALDONADO, SJ, Juan de. Comentarios a los Cuatro Evangelios. Evangelios de San Marcos y San Lucas. Madrid: BAC, 1951, v.II, p.673.

[2] SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In Lucam, c.XVI, v.1-7.

[3] TEÓFILO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit.

[4] MALDONADO, op. cit., p.675.

[5] SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, op. cit.

[6] CANTALAMESSA, OFMCap, Raniero. Echad las redes. Reflexiones sobre los Evangelios. Ciclo C. Valencia: Edicep, 2003, p.306.

[7] 7) SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, op. cit.

[8] Cf. MALDONADO, op. cit., p.675.

[9] SANTO AGOSTINHO, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit., v.8-13.

[10] Cf. ORÍGENES, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit., v.8-13.

[11] TUYA, OP, Manuel de. Biblia Comentada. Evagelios. Madrid: BAC, 1964, v.V, p.874.

[12] Idem, ibidem.