Aula Magna e celebração Eucarística abrem ano letivo dos Institutos de Filosofia e Teologia da Sociedade de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli.
Redação (31/01/2023, Gaudium Press) No último dia 28 de janeiro, data da memória litúrgica de São Tomás de Aquino, D. Benito Beni dos Santos, bispo emérito de Lorena, inaugurou o ano acadêmico do Instituto Teológico São Tomás de Aquino e do Instituto Filosófico Aristotélico Tomista.
O encontro iniciou-se com uma aula magna, assistida por cerca de 80 bacharelandos dos respectivos institutos, além de aproximadamente 20 doutores e mestres em Teologia, Filosofia e Direito Canônico. Após a aula, seguiu-se a celebração Eucarística na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Caieiras-SP.
Palavras cheias de sabedoria
Ao longo da aula, o prelado discorreu sobre dois temas intimamente conexos: o sacerdócio e a Eucaristia: “um tema sempre atual”, segundo suas próprias palavras.
Em primeiro lugar, deteve-se no “único e original” sacerdócio de Cristo, baseando-se sobretudo na Carta aos Hebreus, de que participam os outros sacerdotes.
Assinalou a Encarnação como início dos atos sacerdotais de Cristo, sendo o ventre puríssimo de Nossa Senhora a “catedral onde Cristo foi ordenado”.
Em seguida, percorreu as prefiguras eucarísticas do Antigo Testamento: o oferecimento de Melquisedec, o Maná descido do céu que alimentou os judeus no deserto e o Pão milagroso que fortaleceu Elias na caminhada de 40 dias pelo deserto.
Culminou o elenco passando a destacar as palavras e os atos sacerdotais de nosso Senhor descritos nos quatro Evangelhos, com ênfase na narração da Última Ceia dos sinópticos e no discurso eucarístico do sexto capítulo do quarto evangelho.
Nessa esteira, apontou que o primeiro sacrifício de Cristo, oferecido na catedral onde fora ordenado, foi a obediência ao Pai ao aceitar a condição humana. E que o último foi consumado no altar do Calvário.
Mencionou, ainda, o fundamento teológico do celibato sacerdotal: o sacerdote participa da missão de Cristo, esposo da Igreja.
Ao ater-se no segundo tema, expôs os primeiros testemunhos da liturgia eucarística na Igreja, comentando os relatos da Didaqué, de S. Justino e de S. Irineu.
Por último, esclareceu que, apesar da diversidade de espiritualidades na Igreja, todas devem estar “articuladas” com a Eucaristia, caso contrário, não se trataria de uma verdadeira espiritualidade cristã, e demonstrou, a título de exemplo, como a espiritualidade dos Arautos do Evangelho cumpria este requisito essencial.
A aula, transbordante de sabedoria, se encerrou ao som da antífona mariana Sub tuum praesidium entoada, em canto gregoriano, a pedido do prelado.
Obras cheias de fé
Não deixando de pôr em obras palavras tão edificantes, após a aula, D. Beni presidiu a celebração Eucarística na Basílica Nossa Senhora do Rosário, assistida pela maioria dos doutores, mestres e bacharelandos.
Em sua homilia, sua excelência reverendíssima, ao comentar a Carta aos Hebreus, assinalou o papel indispensável da fé no estudo de Teologia; além de reafirmar sua fé na imortalidade e perenidade da Igreja, ao comentar a tempestade que assaltava a barca de Pedro no Evangelho do dia.
De fato, os estudantes presentes no encontro, retiraram-se não só repletos de profundos conhecimentos teológicos, mas também confirmados na fé que professam, pelo exemplo recebido.
Por Fernando Mesquita
Notícia original: https://gaudiumpress.org/content/d-beni-palavras-sabias-e-obras-cheias-de-fe/