Redação (08/04/2011, Gaudium Press) Para George Harne, philosophy doctor em musicologia pela Universidade de Princeton, até há pouco decano acadêmico da Faculdade de Santa Maria Madalena, em Warner, Estados Unidos, e agora presidente desta instituição, sua conversão ao cristianismo está inteiramente impulsionada pela atração da beleza.
“Se cremos na unidade fundamental da Verdade, do Bem e da Beleza, então devemos reconhecer como a Beleza pode nos levar mais profundamente à Verdade e à Bondade”, afirmou Harne, em declarações publicadas pelo National Catholic Register (NCR) nesta sexta. “A Beleza pode e deve ser uma parte integral da Nova Evangelização. Há quem se oponha a determinados ensinamentos teológicos e morais da Igreja, mas se aproxima muito mais da verdade através da beleza da liturgia ou de outras formas de beleza”, afirmou.
As palavras anteriores do presidente do campus americano não se referem somente a ele, mas também à sua esposa, e dizem respeito não só às suas reflexões, com também à sua vivência pessoal.
“Minha esposa e eu entramos em plena comunhão com a Igreja faz pouco mais de 5 anos e um dos pontos de inflexão chegou quando assistimos a uma tradicional procissão do Corpus Christi. Foi ali que comecei a crer na presença real [do Santíssimo Sacramento na hóstia]. A beleza da procissão – musical e visual – superou minhas reservas intelectuais. A partir de então minha compreensão da Igreja e do sacramento da Ordem começou a mudar. A beleza pode tornar mais fácil para uma pessoa aceitar as solicitudes da Igreja e seus ensinamentos morais. Esta é uma forma pela qual a beleza pode ser uma parte essencial da reevangelização do Ocidente”, expressou Harne.
Entretanto, para o novo presidente, não se trata somente daquela beleza diretamente ligada à liturgia, mas de todo tipo de beleza que leva à Bondade e à Verdade, e com isso à verdadeira humanidade.
“Os efeitos da beleza também podem ser mais simples, no entanto igualmente importantes. Eu estudei clarinete, minha esposa é cantora, e nossos filhos estudaram música também. Temos visto como a beleza musical dentro de nossa família nos pôde fazer mais plenamente humanos e abrir novas perspectivas que antes não estavam disponíveis”.
E este encontro com a beleza Harne quer compartilhado com toda a comunidade universitária, começando pela liturgia ali celebrada, para que renda frutos além das fronteiras do corpo docente.
“Nosso objetivo é celebrar a liturgia da forma mais bela e reverente possível. Nossa esperança é que nossos estudantes levarão suas experiências litúrgicas vividas na Faculdade às suas paróquias e ajudem ali a renovar a liturgia. Quando nosso diretor de coro ensina a nossos estudantes canto e polifonia, gosta de dizer que elas não somente capacitam aos membros do coral, mas também aos futuros diretores do mesmo”.
Este “descobrimento” da via da beleza deve vir acompanhado de uma sólida formação intelectual. Pelo menos, esta é a intenção manifesta de Harne para a Faculdade de Santa Maria Madalena, sobre o que disse expressamente que sua gestão será incansável nos esforços para renovar a faculdade e convertê-la em modelo de vida católica colegiada que seja fiel ao Magistério e profundamente arraigada na tradição intelectual católica.
“Começamos por assegurar que a fé de nossos alunos será reforçada ao invés de socavada enquanto estiverem na faculdade. Todos os nossos professores são católicos e fazem o Juramento de Fidelidade à Igreja Católica no início de cada ano. Todos os nossos estudantes cursam quatro anos de catequese, enquanto se aprofundam e fortalecem sua fé em uma comunidade que se esforça por pensar com a mente da Igreja e viver de acordo com o ritmo do ano litúrgico”, declarou Harne.
“Em nosso programa acadêmico, nos esforçamos para integrar plenamente as fortalezas da tradição dos Grandes Livros (…) com a riqueza e a disciplina intelectual da tradição católica, tanto a monástica, quanto das universidades medievais. Na base de nossa educação estão as tradicionais sete artes liberais ordenadas às mais altas considerações da verdade filosófica e teológica”, concluiu.