Redação (06/09/2010, Virgo Flos Carmeli) Muitas vezes, os dias chuvosos podem parecer monótonos, não é verdade? Entretanto, basta parar um pouco, deixar-se levar pelo murmurar das águas que caem, ora com vagar, ora torrencialmente. Que serenidade e quietude produzem!
Tudo isso não tem algo de paz, e até de sonoro, mas, de um sonoro que não cansa, mas convida a repousar?
Agora, caro leitor imagine um dia chuvoso, em um lugar bem distante. Estás em um lugar elevado, bem protegido da chuva, é um lugar de onde podemos ver ao longe. A neblina encobriu o cume das montanhas, o ribombar dos trovões começa, como um suave rufar de tambores, que principia a sinfonia divina das águas abençoadas que cairão sobre a terra. As nuvens como que, se intercalam, a correr, formando longas fileiras, à espreita do momento de descarregar as águas refrescantes que abrigam em seu seio.
O vento é úmido e, um tanto refrescante, estamos numa estação fria. O ambiente nos convida ao aconchego, à contemplação. Imediatamente cai uma gota de água e, logo é seguida por outras, a chuva começou. A natureza faz silêncio, as aves buscam refúgio em seus ninhos acolhedores, outras cantam suavemente e, somente algumas mais audaciosas arriscam pequenos voos.
A quietude toma o ar, permanece apenas o murmurar das águas, uma agradável sinfonia de encanto e beleza. A chuva como é bela! Deus como pode fazer algo tão maravilhoso?
Um ar de mistério cobre então os horizontes, agora cinzentos, carregados por espessas brumas. O pensamento alça voo, para outros tempos, tempos de antigos campanários… a imaginação nos faz entrever uma abadia, perdida nas brumas, uma cidadela aconchegada nas montanhas, e com a velocidade do pensamento, voamos aos confins da terra.
Pensar em um mundo que pode ser, pela graça de Deus, um mundo tomado de uma santa alegria, de uma casta felicidade.
Caro leitor, quanto uma pequena chuva destas, em um simples lugar, estando na graça de Deus, pode trazer de deleitável! São estas pequenas alegrias, do dia a dia, dos dias chuvosos tão esquecidos, e às vezes até incompreendidos. Pois Deus, em sua infinita sabedoria, tudo faz de belo, de harmonioso, para o bem e alegria da humanidade. Inclusive os dias chuvosos.
Davi Werner ventura – 2º Ano de Teologia