Redação (03/05/2010, Virgo Flos Carmeli) Todos nós já nos encontramos, ao menos alguma vez em nossas vidas, em situações em que nos sentimos em “becos sem saída”. Mas, após algum tempo, acabamos de alguma forma encontrando uma saída, seja por uma intervenção do alto, seja pelo tempo que passa e desanuvia o nosso panorama. A sensação que temos, após sair de situações como essa, é indescritível e tal é o alívio, que alguns dos antigos resolveram fazer disso um jogo: é o conhecido labirinto.
O nome “Labirinto” deriva do termo grego labyrinthos (λαβύρινθος). O primeiro tipo de labirinto, que se tem notícia na história, parece ter sido construído por Amenembrat III, faraó da XII dinastia e, que governou entre 1860 a.C. e 1814 a.C., sendo considerado um dos soberanos mais importantes do Império Médio. A fachada era ornada com pedras brancas como o mármore.
Heródoto, que o havia visto e visitado as salas do pavimento superior, fala do labirinto com entusiasmo, dizendo que era superior a todos os edifícios gregos, e sua beleza sobrepujava as pirâmides do Antigo Egito. Os visitantes tinham de ser acompanhados por um guia para não se perderem, pois ficavam maravilhados com as riquíssimas ornamentações e a magnificência de seus cômodos e se perdiam, pois as salas eram interpostas de maneira a confundir o visitante.
Outro labirinto que, embora fosse bem menor que este, ficou tão famoso que deixou o do antigo Egito sumir nas brumas da história, foi o Labirinto de Creta. Segundo a mitologia grega, foi elaborado e construído por Dédalo, por ordem do rei Minos, próximo à cidade de Cnossa e ficava embaixo da terra. Ele abrigava um monstro chamado Minotauro, meio-homem, meio-touro, que alimentava-se de carne humana. Um jovem valente chamado Teseo, se apresentou para exterminar o monstro. O jovem foi guiado pelos meandros do labirinto por um fio de linha que Ariadna lhe havia entregue, e que lhe permitiu, após matar o monstro em uma luta heróica, encontrar a saída. Para comemorar a vitória Teseo elaborou um dança que simbolizava, pelos seus movimentos, os intrincados caminhos de um labirinto.
Diz a lenda que, tempos mais tarde, as muralhas de Tróia foram construídas de maneira a dificultar a entrada dos inimigos formando labirintos.
Os construtores medievais, retomaram os labirintos e os utilizaram no piso de diversas igrejas. Eram estes feitos com ladrilhos no formato circular ou octogonal. Dentre estes podemos destacar os das catedrais de Amiens, Chartres e Reims. O motivo labirinto estava relacionado com a peregrinação a Terra Santa e foi por isso chamado de Légua de Jerusalém. Os fiéis seguiam os caminhos dos labirintos de joelhos, o que lhes valia indulgências.
Ao longo do tempo, essa bela simbologia original foi perdida, e o labirinto no chão, começou a ser cada vez mais considerado como um “jogo sem sentido, um desperdício de tempo”, e muitos deles foram destruídos.
Davi Werner Ventura – 2º ano de Teologia