Redação (05/02/2011, Virgo Flos Carmeli) Na tarde do dia 28 de janeiro, memória de São Tomás de Aquino, deu-se a solene inauguração do ano letivo de 2011, na Casa de Formação Sacerdotal São Tomás de Aquino. A fim de atrair as celestiais bênçãos para os trabalhos de mais um ano acadêmico, o programa se iniciou com a celebração de uma Eucaristia na igreja anexa ao Seminário, presidida por D. Benedito Beni dos Santos, Bispo Diocesano de Lorena e Supervisor Geral de Formação dos Arautos do Evangelho.
Concelebraram a Missa em memória “do mais santo dos sábios e mais sábio dos santos” – São Tomás de Aquino –, o Côn. Edson José Oriolo dos Santos, Cura da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre e Vigário Geral da mesma Arquidiocese, o Pe. Rivelino Nogueira, Pároco da Catedral Nossa Senhora da Piedade (Lorena-SP) e o Pe. Antônio Guerra, EP.
Estiveram presentes na cerimônia o Diretor do ITTA, o Revmo. Pe. Caio Newton de Assis Fonseca, EP, e todo o corpo docente a tempo pleno, tanto do IFAT, quanto do ITTA. Somaram-se ao corpo discente de ambos os institutos, cerca de 900 Arautos do Evangelho, provenientes de diversas cidades do Brasil e do mundo, deixando repleta a igreja Nossa Senhora do Rosário.
A Liturgia foi animada pelo Coro e Orquestra Internacional dos Arautos do Evangelho, sob a regência do maestro Alejandro Javier de Saint’Amant, que executou obras de Georg Friedrich Händel (1685-1759) e Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), assim como cânticos gregorianos.
Em brilhante homilia, Dom Beni correlacionou as leituras do dia com a memória de São Tomás. Também discorreu sobre os três principais sentidos do termo “Reino de Deus”, presente nos santos Evangelhos:
“O primeiro sentido consiste em que Cristo, enquanto manifestação encarnada do plano salvífico do Pai, é o próprio Reino de Deus entre os homens; o segundo sentido é místico, trata-se do Reino de Deus que não está circunscrito a um espaço geográfico, mas que reside no interior de cada homem em estado de graça, de cada santo. O pecado é o anti-reino de Cristo, e quem vive no pecado está fora deste Reino; por fim, em seu terceiro sentido, o Reino de Deus é a Igreja Católica, sacramento ou sinal de salvação, para todos os homens”.
Em seguida, aplicou estas verdades teológicas, relacionando-as com alguns desafios dos tempos atuais para a difusão deste Reino:
“Assim como o inimigo semeava o joio a fim de perder o trabalho do Divino semeador, de modo análogo, também no mundo atual, a cizânia do ódio; da perseguição religiosa em certos países do mundo; da exclusão do crucificado nos lugares públicos; e da influência dos meios de comunicação ao afirmarem o bem como o mal e o mal como o bem, são verdadeiros inimigos do Reino De Deus”.
Afirmava Dom Beni que “a Fé é a arma pela qual o cristão pode hoje combater o ódio dos inimigos do Reino. A mesma Fé amada e explicitada pelo grande Doutor da Igreja, São Tomás de Aquino”.
Ao final, após considerar com clareza alguns pontos da Suma Teológica sobre a essência divina, ressaltava que “um teólogo só pode transmitir verdadeira teologia, quando vive a santidade. Sem a prática da virtude, um professor de teologia não consegue comunicar o conhecimento de Deus. São Tomás foi esta estrela de primeira grandeza nos céus da teologia, precisamente porque foi santo. Seu brilho não provém apenas da sabedoria, mas da santidade, e por isso, foi honrado pela Igreja como ‘Doutor da Vida Cristã’”.
Após a homilia, o Pe. Alex Brito, EP, introduziu o significado da cerimônia de Profissão de Fé e Juramento de Fidelidade que fariam ou renovariam os professores dos Institutos de Teologia e Filosofia (IFAT e ITTA). Explicava que sempre foi uma recomendação de diversos Papas da História da Igreja, reafirmada pelo Vaticano II, especialmente através do código de Direito Canônico de 1983, que cada encargo importante na Igreja fosse recebido após o solene juramento (c. 833 § 6). Como o ensino da Fé Cristã ocupa um lugar preeminente na vida eclesial, os professores do IFAT e do ITTA prestaram sobre as Sagradas Escrituras o solene juramento.
Recitado o Credo Niceno-Constantinopolitano, os professores proclamaram a crença “em tudo o que está contido na palavra de Deus, escrita ou transmitida pela tradição, e é proposto pela Igreja, de forma solene ou pelo Magistério ordinário e universal, para ser acreditado como divinamente revelado”. A fórmula termina com a aceitação do “religioso obséquio da vontade e da inteligência, aos ensinamentos que o Romano Pontífice ou o Colégio Episcopal propõem quando exercem o Magistério autêntico”.